Sandra Lopes - 23/12/10
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Sandra Lopes - 23/12/10
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Sorreteiramente entrastes em minha vida. De uma maneira torta? Amizade, cumplicidade, alegria, sonhos, ilusões, desilusões, esperança, promessa. Chegastes nem tão depressa que assusta nem tão devagar que desanima. Frases soltas. Medo? Insegurança? Não. Excesso de autoconfiança, talvez.
Ei moço, não se alarme com meu jeito. Leia-me nas entre linhas. As atitudes não correspondem inteiramente aos fatos. Nem tudo é como parece ser. Sou fera ferida. Cicatrizes. Desculpas? Não. Autoproteção. De quê? Da dor, do medo, do desamor, da incompetência, da incompreensão.
Ei moço, não me julgues incapaz, não me julgues acomodada. Não me julgues.
Ei moço, não me prenda. Me surpreenda. Sou indomável, mas doce. Sou casca dura, mas coração mole. Uma contradição.
Ei moço, me entenda muito mais no silêncio do que na agitação. Decifra-me pelo olhar, retrato da minh'alma. Um enigma? Depende de tua sutileza. Complicada? Hei de ser. Uma prova à resistência. Valerá a pena? Quem é que sabe? Corremos o risco!
"Atitudes valem mais que palavras."
Sandra Lopes - 21/12/2010
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
O Natal exerce um certo encantamento nas pessoas. Nos tornamos mais sentimentais, mais voltados para a família, para os amigos, para o ser humano. Defino a expressão verbal do momento: compartilhar. Compartilha-se alegrias, vitórias, derrotas, enfim, fazemos um balanço das nossas ações ao longo do ano prestes a findar. Esta não é uma visão pessoal, é o que observo a minha volta. Pessoalmente procuro me abstrair destas datas, aliás, nem lembro o que fiz, onde estava ou com quem estava no natal passado. Sou uma pessoa fria? Talvez. Julgue-me como quiseres. O que tenho a dizer a meu favor é que nem sempre foi assim.
Há muito não acredito em Papai Noel e na tal magia natalina, cada vez mais voltada ao consumismo. Preservo, sim, as memórias da infância. Infelizmente nem mesmo as crianças possuem mais a inocência que a data requer, o que querem, o que mais importa, é o presente ou os presentes, já não se contentam em ganhar qualquer coisa.
A infância é colorida, é cheia de sabores, tudo possui uma proporção diferente de quando somos adultos, pelo menos para mim é assim, e é por isso que digo: infelizmente as crianças de hoje são diferentes. Não as culpo, nem aos pais, os tempos é que são outros. É difícil se manter longe dos apelos consumistas. No entanto, seria cauteloso, ao meu ver, preservar ao máximo as nossas crianças de tudo isso. Vemos, hoje, miniaturas de adultos refletidas nas crianças. Cadê a pureza? Cadê a inocência? A fantasia?
Por muito tempo acreditei em cegonha, em Papai Noel, que as mães não erram, no coelhinho da páscoa e tanto mais. Atribuo a tudo isso a minha imaginação fértil. No tempo certo e, gradativamente, de acordo com minha maturidade fui ficando a par de tudo. Confesso: fiquei um tanto decepcionada, principalmente, com o fato de saber que as mães não são perfeitas, que erram como qualquer outro ser humano. Contudo, agradeço pela educação recebida, pela minha infância preservada.
Dias atrás subitamente desejei sentir novamente alguns sabores daquela época. Lembrei-me, com água na boca, do doce de laranja que uma tia fazia, e vem de lá essa preferência, mas ilusões a parte jamais vou comer igual. Não tendo o doce de laranja, me lembrei das jujubas, das maria-moles. Ah! As maria-moles, tão poucas para dividir com tantos irmãos. Ambicionava ter muito dinheiro para comprar muitas maria-moles. Qual criança hoje possui tal ambição?
Como essa vontade surgiu em horário inapropriado, pois não se vende maria-moles em qualquer lugar e a qualquer hora, fiquei esperando o dia amanhecer para ir atrás do meu objeto de desejo, e para minha surpresa as encontrei no primeiro lugar que entrei. Tão surpreso ficou, também, o vendedor diante do meu pedido e antes mesmo que me indagasse disse a ele que era pra mim mesma. Olhou-me desconfiado, pois nem aparentando grávida eu estava.
O que fazer fazer com tantas maria-moles? A primeira etapa eu já havia realizado com uma facilidade inesperada, o que já fez reduzir a vontade. O momento era solene, necessitava de estratégia. Simplesmente devorá-las. Não. Além disso havia a dúvida se mantinham o mesmo sabor, o sabor experimentado na infância. O desejo não era pelo doce. Não era pelo teor calórico; isso já demandaria um pouco de prudência. O real valor estava na memória, na saudade de outros tempos. Simplesmente devorá-las. Não.
Na dúvida, conservo as maria-moles da minha infância. Onde? Na memória inocente da criança que fui. E quanto as compradas permanecem aqui, objeto simbólico dos desejos de uma adulta buscando apego no que já lhe fez feliz.
Sandra Lopes - 20/12/2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Como manter a sanidade diante de tudo isso? Nós mulheres sentimos ainda mais na pele toda esta carga. Ainda hoje, temos que provar que somos inteligentes e competentes para disputar de igual pra igual com o sexo masculino o mercado de trabalho. Defendo que somos tão inteligentes e capazes quanto os homens. Mas, não é exatamente o que quero abordar.
A questão é que em algum momento deste processo de conquistar o nosso espaço, de alguma forma nos perdemos. Não estou supondo que devemos agir como as nossas avós ou até mesmo como nossas mães, as quais, muitas vezes, não tinham voz ativa nem na própria família. Refiro-me à alma feminina, que para mim, anda um pouco esquecida. A tal feminilidade caiu de moda. Vemos mulheres masculinizadas, não nos traços, mas nas atitudes. Não sei ao certo se poderia chamar de masculinizadas sem cair no conceito machista. Refiro-me à mudança de comportamento, de atitudes, da falta de delicadeza, dos traços gentis, da amabilidade.
Mesmo que a genética e até a própria história explique o comportamento masculino, o que não se justifica totalmente; concordo inteiramente com quem pensa que homens e mulheres devam ser diferentes, sim. Sermos diferentes não significa sermos dependentes. Sermos delicadas não significa que devemos ser “frescas”. Sermos amáveis não significa sermos otárias. Que fique claro.
O que me assusta, e acredito, anda assustando muitos homens também, é a forma forçada que muitas de nós queremos parecer “desencanadas”, moderninhas, independentes, não nos dando conta de que estamos dando um tiro no próprio pé. E dá-lhe seguir tendências de comportamento, de moda, de tudo.
Sem temer qualquer julgamento feminista, vou contra tudo isso. É, supostamente serei considerada antiquada. Porém, qual mulher não gostaria de se sentir protegida, amada, cortejada, e porque não, entregue aos cuidados do homem que ama ou venha a amar?
Não é à toa que muitos homens se sentem perdidos, sem atitude, sem iniciativa na tentativa de nos conquistar, pois, acredito eu, está muito difícil saber como agir para nos agradar.
Podemos ser pioneiras em muitas áreas, podemos lutar por direitos iguais, mas sem perder a ternura feminina. Não só podemos como devemos lutar por tudo isso, entretanto, não precisamos nos desfazer da nossa identidade. Não precisamos parecer mulheres fatais 24 horas por dia, não precisamos falar palavrões pra parecermos fortes, não precisamos nos vulgarizar em busca de companhia masculina.
Definitivamente, penso que, temos capacidade intelectual para fazermos tudo o que o homem faz, mas sem que dispensemos, metafóricamente, também, falando, o salto alto, a maquiagem e, porque não, a cinta-liga.
Sandra Lopes - Dez./2010
domingo, 12 de dezembro de 2010
sábado, 11 de dezembro de 2010
E o que há?
E o que há de errado em querer sempre mais? Em querer bem mais do que a gente mesmo pode dar ou ter? O que há de mal em sonhar alto sem temer o tombo? O que há de mal em acreditar que é possível?
Acredito que não haja nada de mal com as coisas que citei, com o que questionei. Talvez o mal esteja em nós que sonhamos, que acreditamos, que queremos e que não tememos. Contudo, estou quase convecida em entrar na linha e começar a desacreditar, seguir os passos da maioria da humanidade. Porém, não me agrada viver mediocremente. Não me agrada seguir passos contados para não ir mais além. Não me agradam tantas coisas. Estas tantas coisas, acredito, não te agradam também.
Podemos parecer eternos insatisfeitos. Rebeldes sem causas para alguns. Metidos a besta para outros. O que importa? O que importa é que nós tenhamos consciência de quem somos, o resto é resto, e o que resta, por restar, não importa.
E o que me importa? Me importa a esperança em dias melhores, os braços estendidos, o abraço apertado, o olhar sincero, ouvir mais do que falar, a ética, o profissionalismo, a paixão por algo, a amizade, a música, a honestidade, o amor ao próximo, a sinceridade, novos sabores, boas histórias, a gentileza, a delicadeza, o perfume, a dança, o sorriso, o amor correspondido, as crianças, a família, a política, a religião, a compaixão... Tantas coisas me interessam. O que mais me importa, neste instante, é não deixar de me importar.
Para muitos o que escrevo soa triste, respingos de melancolia. Não tenho a pretensão de escrever apenas o que lhes agradam, não pretendo aplausos nem vaias, não quero fama, não quero grana. Uso este espaço para me expressar, para aliviar as palavras que brotam, para organizar os pensamentos, para buscar um alento, para me comunicar com você que leu este texto até o fim. E se chegou até aqui, é porque se importa, assim como eu!
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Não sei bem certo o porquê, mas de repente me vem à cabeça uma música do Paralamas do Sucesso chamada "Romance ideal". Não foi exatamente a música na íntegra que comecei a cantarolar, até porque não decoro nem "Pai-nosso", além disso tenho o dom de transformar as letras. Bom, esse é um outro assunto.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Síndrome do dia seguinte ou seria da segunda-feira?
Hoje me sinto um pouco traída pelas próprias palavras!
domingo, 26 de setembro de 2010
Verbalizando
vaga
brava
Fingir que não sente
apego
desejo
Silenciar o grito
aflito
"solito"
Buscar a paisagem
passagem
miragem
Soltar o pranto
garganta
Portanto:
Fugir, fingir
Silenciar, buscar
Soltar, VIVER
Intensamente
Apaixonadamente
Livremente
VIVER!
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Artificialidade
Prestes a completar mais um ano de existência paro pra pensar mais atentamente em algumas coisas. Acho que é normal fazermos um feedback da nossa passagem. É normal, porém não digo que seja bom. É necessário, mas não digo que seja agradável. Por que somos tão apegados a esta questão de idade? Afinal, não ouvimos sempre que o que interessa é manter o espírito jovem? Não estamos cansados de ver muitos jovenzinhos pra lá de acabados?
O que nos amedronta ou atormenta a cada aniversário que fazemos? A vida escorre por entre os dedos. De repente não possuímos mais tanta vitalidade, não possuímos a mesma agilidade de raciocínio. Será mesmo?
Poderia assim dizer que quase não há mais a possibilidade de encontrar alguém sem que nos despojemos do que realmente somos. Infelizmente é assim. Devemos parecer exatamente como os outros querem que pareçamos?
De uma coisa tenho certeza: vou continuar me sentindo deslocada do planeta, me recuso em aceitar esta artificialidade das relações, entretanto, ainda tenho esperança de que nem todas as pessoas estejam satisfeitas com essa realidade.
O tempo passa e o que hoje está tudo em cima, mais cedo ou mais tarde, a lei da gravidade agirá implacavelmente. Ou aceitamos estas mudanças que o tempo provoca ou seremos um "bando" de mulheres e homens infláveis empilhados em filas intermináveis nos centros estéticos. Não tenho absolutamente nada contra, um pouco de vaidade é necessária, nos faz bem. Mas uma vaidade certa, na medida. Tudo o que é exagero ultrapassa o senso do ridículo.
sábado, 7 de agosto de 2010
Alguém do passado
O raio de vida se chamava, na verdade, tubo de oxigênio, o qual ele sugava com as escassas forças que lhe restava. Talvez precisasse se despedir com dignidade, talvez precisasse mostrar sua coragem, ou talvez, ainda, quisesse causar impacto na pessoa que mais lhe importava. Não admitia simplesmente ir, afinal, para ele, não seria apenas uma ausência, seria uma partida. Precisava ir, não sem antes impactar. O momento era importante demais e não poderia ser desperdiçado, nem por ele nem pelos demais. Nunca havia sido visto tão determinado, embora a missão fosse impossível, pois sua vida se esgotava visivelmente.
A respiração era forçada, buscava o ar como uma planta que vai em direção ao sol. Fonte vital de energia. Permaneceu ali bravamente, firme na sua decisão de resistir, e resistiu o quanto lhe foi permitido. Resistiu o tempo suficiente para perdoar e ser perdoado. Resistiu por si mesmo, por esperança, por covardia, por coragem. Esperava poder continuar e fazer tudo diferente. Gostaria de ser o esposo amoroso e dedicado que não foi, desejava ser o pai carinhoso e atencioso que não conseguiu ser. Esperava tanta coisa, menos ter que se confrontar com o desconhecido.
Seus últimos anos foram de uma intensa preparação inconsciente. Sobreviveu a vários acidentes, e o homem dotado de uma força bruta, definhou. Necessitou de ajuda para realizar as tarefas mais banais. As mãos que um dia foram usadas para agredir perderam suas forças. As palavras que lhe saiam tempestuosas e cheias de julgamento se tornaram incompreensíveis.
Embora possa lhe parecer este relato um empilhado de mágoas, afirmo que ele conseguiu ensinar nos seus últimos anos tudo o que, com sua sanidade ora perdida, não ensinara.
Dias atrás nos encontramos. Um encontro arranjado. Uma conversa concedida e reconciliadora, que durou horas, minutos ou segundos, tempo fisicamente incontável, mas que valeu pelo silêncio abafado por anos de existência. Apresentou-se com uma aparência tranquila, mas estava preocupado. Estava consciente da sua condição frágil e terminal. Confessou-me a sua maior fraqueza: o medo.
O medo de não ser amado fez com que não demonstrasse amor, o medo de errar lhe fez nem tentar o sucesso, o medo de parecer fraco lhe embruteceu, o medo não lhe permitiu que se mostrasse como realmente era ou teria sido. E como teria sido?
Explicar-lhe que não precisava se sentir amedrontado fora a coisa mais digna que eu poderia ter feito. Despido das suas limitações, concluiu que havia desperdiçado o seu tempo, que tudo poderia ter sido diferente.
O som agonizante de sua respiração artificial me trouxe de volta aquele cenário de caos. Ficar ali estava sendo uma terrível experiência, porém inevitável. Permanecer era a garantia do confrontamento com um ciclo que se encerrava para apenas iniciar outro.
E assim se foi deixando lembranças a todos que ficaram. Para uns o gosto amargo da convivência e da intolerância, para outros, nem tanto. Partiu, mas a natureza sábia permitiu um aprendizado a quem estivesse disposto a compreender.
Texto concluído em 07/08/10.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
"Blábláblá"
Vivemos buscando respostas para as nossas mais variadas indagações. Procuramos, remexemos, bisbilhotamos até no subconsciente, e quando elas vêm nem sempre as aceitamos.
domingo, 11 de julho de 2010
Presta-se atenção em tudo, no frio que corta o rosto da gente, na chuva que insiste em cair de repente, na roupa molhada, na cor cinza dos dias sem sol. Particularmente gosto de dias assim: cinza e, preferivelmente, em tom escuro.
Em dias assim não temos obrigação em parecermos alegres, não somos expulsos de casa no final de semana porque devemos aproveitar o sol, o sorvete, a farra com os amigos, a paquera descarada, os corpos à mostra. Ficamos na introspecção sem nos sentirmos estranhos por causa disso. O inverno nos obriga a olharmos pra dentro de nós mesmos, e não é de se impressionar que é nesta estação que cresce o número de deprimidos.
A questão não são os dias cinzas, nem o passo largo, nem o peso das roupas que faz aumentar a tristeza típica dos dias glaciais. Na introspeção damos de cara com nós mesmos. E, como é difícil esse encontro. No inverno nos escondemos do outro para nos revelarmos a nós mesmos. Nos revelamos carentes de abraços apertados, de sorrisos que aquecem, de cobertor e filmes, de companhia agradável, de conversa animada ao pé da lareira, de bochecha cor-de-rosa, do pé frio da pessoa amada, do caldinho da sopa, dormir de conchinha...
Quanta coisa boa o inverno pode nos proporcionar, basta que ele seja apenas mais uma estação e não uma condição interior, que por mais calor que se faça podemos estar congelados por dentro. Tudo isso que escrevo mais parece filosofia de boteco, mas serve pra reforçar que desconheço o destino do inverno que fazia aqui dentro!
Sandra Lopes - 11/07/2010.
sábado, 3 de julho de 2010
Mania
Tudo foi tirado do lugar, jogado em cima da cama. Uma confusão de malhas das mais diversas cores. A cama um emaranhado só, de pernas, braços, cheiros. Já reparastes o quanto o guarda-roupa é importante? Não estou falando do seu sentido utilitário, que, sim, é muito útil. No imaginário mais cômico serve até mesmo para esconder o amante desavisado. Fora isso, guarda os nossos medos, segredos, desejos, enfim. Quando criança encontrava nele o esconderijo secreto e perfeito ao fugir da vacina que deveria ser tomada, da visita com a qual não simpatizava, da bronca certa pela traquinagem feita. Foi perfeito enquanto cabia nos compartimentos, quando não sufocava em lugares escuros e apertados. Certamente, foi daí que surgiu esta esdrúxula relação.
Todos temos estranhas manias e essa é só mais uma curiosa, se é que se pode ser chamada, mania.
Lembro-me bem quando foi que comecei a prestar atenção nesta simbólica arrumação. Foi na tempestuosa transição do junto e felizes para separados e talvez menos iludidos. Tudo dobrado: meia com meia. Casacos com casacos. Uma parte só pra camisetas. De um lado as femininas e do outro as masculinas. Nunca gostei de dividir este espaço.
Quanto mais a discussão crescia, mais as roupas pareciam implorar para voltarem aos seus lugares, e de preferência bagunçadas, isso sinalizaria que tudo estava bem. Peça por peça foi sendo arrumada. Quanto mais elas ficavam organizadas mais a confusão aumentava aqui dentro. Por fim o espaço físico masculino deixou de existir. O que era antes reduzido pela divisão deixara uma lacuna, necessitaria de uma nova organização. Por algum tempo insisti na produção impecável, já que tinha um enorme lugar para isto. Organizando tudo, organizaria a mim mesma.
Poderia ser simples arrumar os nossos sentimentos assim como arrumamos o guarda-roupa, mas não é. E esta estranha mania só deflagrou a necessidade de consertar o que não andava bem. Passado algum tempo, compreendi que uma das exigências básicas é a de que guarda-roupa não se divide, cada um deve ter o seu: bagunçado ou não.
Espantosamente me flagrei pensando nisso, em como havia esquecido esta relação entre os sentimentos e o guarda-roupa. Por via das dúvidas, a parte de qualquer perfeccionismo, a bagunça está instalada e os sentimentos organizados. Se estou feliz? Dê uma olhada no meu guarda-roupa, mas não mexa, pois ele é guardião dos meus segredos!
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Procura-se um culpado
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Fabricio carpinejar - Sou sua fã!!!
Martha Medeiros - Sou fã!!!!
Eu, Modo de Usar:
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Sem título
Sentimentos confusos. Tanta solidão.
Até quando? Talvez a exaustão.
A urgência de uma vida bem vivida,
A luz está distante, mas está
Às vezes ofusca o meu olhar ora se distancia, mas sei:
Ela está lá.
Aqui não é o meu lugar.
A cada amanhecer, um olhar vago, no contexto que criei.
Sentimentos confusos. Tanta solidão.
Até quando? Talvez até alcançar a tua mão.
Sempre estendida
Sempre merecida
A cada amanhecer, passos sem rumo, no caminho que escolhi.
Sentimentos confusos. Tanta solidão.
Para onde? Até quando?
Talvez demore,
Talvez eu adormeça fatigado pela busca
A luz está distante, mas está.
Aqui não é o meu lugar.
Ela está lá, mas está.
Sandra Lopes / escrito em 2008
terça-feira, 15 de junho de 2010
Banalidades
Mil coisas na cabeça, tarefas para cumprir, com tudo isso, fui parar em uma fila do crediário de uma loja. Sabe essas lojas populares que existem por toda parte? Leve seu produto e só pague a perder de vista, e perca também o juízo, pois tantas facilidades pesam muito no bolso. Enfim, parei ali para fazer um favor a uma amiga. Sou um tanto impaciente e a demora no atendimento já estava me dando urticária. A movimentação das pessoas, as conversas, os produtos me tiraram do foco principal: pegar o produto e sair.
Distraí-me observando a concentração dos consumidores, o brilho nos olhos por terem conseguido aquilo que tanto desejam ou que nem desejam tanto. Com tanto apelo ao consumo, às vezes fica difícil sabermos se compramos por necessidade ou por termos sido influenciados pelo modismo, pelo materialismo ou até mesmo para suprirmos alguma carência - Estou tão triste hoje, preciso me satisfazer com uma roupa nova, com o celular da hora, com o último lançamento - O caso é que logo em seguida o vazio pode ser tão grande quanto o bolso de quem comprou por impulso.
Se dinheiro traz felicidade eu não sei, isto é algo subjetivo demais para se ter uma resposta pronta, pois sempre haverá alguém tentando provar por a mais b que, no mínimo, é um mal necessário. Sei que a vida com ele se torna muito mais fácil e que muitos tormentos são evitados, mas que está longe de ser o passaporte para uma vida feliz.
Existem coisas que nos fazem perder o rumo. A cena me chama a atenção: uma senhora de meia idade a minha frente está no caixa fazendo o seu crediário. Atrás dela a fila se avoluma cada vez mais, as atendentes agitadas procuram a forma de serem ágeis, e com a ajuda da tecnologia isso se torna mais fácil, não temos dúvidas quanto a isso. Os papéis estão prontos. Finalmente! Penso eu. É só a senhora assinar e a procissão continuar. Foi nesta hora que percebi o contraste que há entre a tecnologia, entre a incrível facilidade que temos ao acesso a milhares de informações em pouco tempo, vi o que não via há muito tempo, uma “almofadinha” de carimbo sair de trás do balcão juntamente com o pedido de desculpas da moça que atendia. Sim, a senhora de meia idade era analfabeta, não assinava, colocou o dedo na tinta e deixou impresso o seu dedo polegar.
O primeiro impulso foi pensar que, uma pessoa hoje não saber escrever nem seu próprio nome, significa comodismo, falta de vontade. Vi a naturalidade com que ela colocou o dedo e o deixou ali para que borrassem as folhas tantas vezes fosse preciso. Esse ato mecânico para ela me fez ver que ela deixara ali muito mais que uma impressão, deixou a sua dignidade, o seu orgulho, a sua simplicidade, a forma como a vida lhe fora até agora e que provavelmente assim será até o fim. A tinta preta é a comprovação da ignorância, da humilhação, é a prova do quanto fora roubada. Roubaram-lhe a liberdade. Roubaram-lhe os sonhos. Roubaram-lhe os pés, as mãos, a visão. E cega seguiu a vida. Não questionou, não se impôs, não se revoltou. Acostumara-se a trocar a sua identidade por um simples borrão.
E, assim, cumpri ali o que havia ido fazer, mas certamente saí diferente de como entrara. Saí agradecida pela educação que recebi, pela capacidade de valorizar as aprendizagens, até mesmo em uma fila de crediário de uma loja popular.
domingo, 13 de junho de 2010
VIAGEM
Viagem
Ela se separou após dois anos da separação. Calma, eu explico. Claro que não estou falando de uma relação qualquer, estou falando de uma união que fora intensa, muito mais que a união de dois corpos. Não, nada de banalização. Estou falando de duas pessoas que se entendiam, que se completavam, que possuíam os mesmos gostos e sonhos, que vislumbravam o mesmo caminho, os assuntos eram inesgotáveis, mesmo em silêncio se entediam. Pelo menos era assim até certo ponto, era assim que ela via esta união.
A maneira como se deu o encontro foi algo incrível. Ela havia ido passar o final de semana na sua terra natal, um lugar pacato e sem novidades. Vivera lá do nascimento até os seus vinte e quatro anos, e um ano depois retornou apenas a passeio, foi até lá para rever os amigos e familiares. Nunca gostou de morar naquela cidade. Ele estava ali a trabalho, e também, não gostava nenhum pouco da calmaria em demasia dali. Aparentemente naquela noite não aconteceria nada incomum a não ser o fato de amigos estarem comemorando e terem saído para se divertirem juntos, e ele, entediado, ter saído com alguns colegas de trabalho.
Duas pessoas de pontos tão diferentes, o que tinham em comum era o fato de estarem em um mesmo local atraídos pela diversão. Não demorou muito para ele reparar nela, percebeu que nunca havia avistado ela por ali, se sentiu atraído e não fez rodeios. Os olhos se fitaram como se fosse possível apreender aquele momento e levá-lo intocável a posterioridade, os braços se entrelaçaram numa comunhão perfeita, tinham muitas coisas a dizer um para o outro e de pronto surgiu a intimidade. Ela lhe contou fatos de sua vida que não contava nem para a melhor amiga, ele lhe falou de tudo um pouco, inclusive que estava de aniversário naquele dia. Ela, segundo ele, estava sendo o seu melhor presente, e por algum tempo foi.
Já sei, deves estar pensando porque houve então a separação? Sim, é difícil de entender. Apesar de toda afinidade, depois de algum tempo, compreende-se que ambos se achavam em sintonias diferentes e que maturidade não é só do corpo, mas também da alma. Há certas coisas que não temos como lutar contra. Por algum tempo ela pensou que pudesse. O primeiro ímpeto foi de fúria, depois inconformidade, desespero, dor que chegou até ser dor física. De repente se apegou a uma esperança: reconciliação.
Aí é que reside a armadilha, pois não nos damos conta de que, assim como o tempo pode ser um forte aliado, ele pode ser traiçoeiro, porque ficamos esperando que ele dê um jeito e alimentamos dia após dia esta suposição baseada nos próprios sentimentos.
Nos primeiros meses se alimentou de promessas e muitas visitas. Assim como ela, ele sofria. Ele culpou o destino, ela o julgou fraco. Ele jurou que a amava, ela sempre sucumbia. Ele procurava solução para o irremediável, ela passou a crer em milagres. Não havia dúvidas, se amavam. Amavam-se, se amavam e sofriam.
Quanto mais o tempo foi passando mais tinha noção da distância. As conversas aos poucos foram se tornando formais. A amizade se manteve, mais por sentimento de culpa dele do que qualquer outra coisa, culpa envergonhada, culpa imposta. Ah! Claro, ele insistia em lhe dizer que a amava. Ela permaneceu no mesmo lugar preservando lembranças, principalmente as boas. Saiu, dançou, sorriu amarelo, conquistou amizades e se desfez de algumas, trabalhou, trabalhou e trabalhou. Assim, se tornou uma presa fácil para o seu orgulho de homem, o pouco que dava de si a mantinha fiel. Ela não ambicionava mais nada, viver se resumiu em sobreviver.
Os contatos esporádicos nutriam a saudade sentida. Ele se revigorava, ela se anulava. Quanto tempo isso? Desculpe-me, esqueci de lhe situar. Havia se passado mais de um ano. Tudo bem: idiota, boba, iludida; não se culpe por julgá-la assim, é dessa forma que ela se via também.
Não deixou de sair, mais por imposição dos amigos do que pela própria vontade. Conheceu uma pessoa, não o levou a sério, não cabe aqui citar a terceira pessoa. Embora ele tivesse tentado quebrar a barreira, não conseguiu. Quis atingi-la, quis afastá-la da solidão. Tentou, mas não conseguiu. Eram diferentes demais. Ela o comparava sem ao menos ele saber. Difícil competição. Com isso ela passou a sofrer duplamente, sentia-se impossibilitada, um ser incapaz, sem sentimentos. Começou a ter enxaquecas que nunca tivera e criar desculpas indesculpáveis, até criar coragem e dar fim ao que nunca começou.
Estava novamente no mesmo ponto, aliás, nem havia saído. Queria respostas para muitas perguntas, buscava e não encontrava. Não estava preparada para saber. No entanto, tinha anseios, percebia que a vida passava por entre os dedos tal qual areia fina. Espantou-se com a urgência de viver, com a urgência da maternidade, com os dias coloridos, com o riso descomprometido e verdadeiro, com a vontade de andar de mãos dadas numa tarde de domingo. Voltou-se para si, uma viagem interna, uma busca onde as respostas sempre estiveram. Visitou compartimentos esquecidos, reavivou detalhes, sentiu dores há muito já sentidas, reconheceu os seus erros e pediu perdão por eles, perdoou, entendeu o sentido do termo causa e efeito e percebeu que nem tudo o que pintara era perfeito.
Embora consciente, estava difícil se livrar do passado, cenário perfeito construído com bases sólidas e intangíveis, segundo ela. Voltou-se para ele agora com outros olhos, ainda com esperança de manter o que sempre cultivara, mas nada permanecia no lugar, as cores perfeitas estavam escassas, corroídas, borradas pelo tempo e pela mágoa.
As engrenagens aos poucos voltavam a funcionar, giravam lentamente, o primeiro impulso fora dado. Fechou a porta do desamor e a trancou com as chaves da memória, afinal não há como se livrar em definitivo de tamanha dor, mas há como trancá-los no porão do esquecimento e da aprendizagem. Por fim, cobriu as paredes com tinta branca deixando-as livres para um novo colorido.
Dois anos, exatamente, foram necessários para que ela rompesse em definitivo com o que julgava perfeito. Sei que algumas perguntas passam pela sua cabeça, meu caro leitor, confesso que também sou um pouco incrédula. Será que ela vai conseguir aplicar tudo o que aprendeu, será que ela vai resistir à tentação dos sentimentos, será que se dará a chance de correr riscos, será que irá adiante depois de um possível novo fracasso? Mais uma vez lhe peço desculpas, pois não tenho as respostas, porém de uma coisa eu sei, no final desta viagem, ela saiu muito diferente do que quando ingressara.
Quanto a ele? Bom, o foco não é esse nem cabe a eu julgá-lo, mas o vejo constantemente perdido na sua indecisão, se acovardou e desistiu de tentar, busca incessantemente por ela na memória, nos sonhos, nas palavras, mas não a encontra, pois estão, agora, em estações diferentes. Ele conformado, ela pronta para viver o que mais a vida lhe reservou.
Um dia, talvez, se encontrem, não aqui. Na eternidade. Os olhos se fitarão... Feliz aniversário!
Sandra Lopes – 22/06/09
Ressaca...
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Renúncia
Renúncia
Por amor renunciamos ao amor. Parece-nos, no mínimo, uma contradição, uma insensatez, um despropósito de quem faz tal afirmação. Peço-te que não me julgues antes mesmo de saber dos argumentos. E eu argumentarei. Talvez não seja suficiente para você, mas falo disso com propriedade. Muitos entenderão o que lhes digo, outros não, porém não é impossível, basta ler com os olhos do coração.
Falar de amor parece algo simples, eu não diria isso, para falarmos precisamos senti-lo. Não falo do amor entre pais e filhos, de irmãos, de amigos, este é inquestionável e está implicado de uma forma ou de outra. Falo do amor entre um homem e uma mulher, pelo menos é, assim, que ainda o concebo.
Movemos nossa vida em nome do amor, buscamos incessantemente por ele e nada teria sentido se não o existisse. E o que fazemos quando o encontramos? Estamos preparados para vivê-lo? Seria perfeito se este sentimento fosse o único a mover o universo. Infelizmente não é. Existem sentimentos nada nobres que também norteiam as ações humanas: a inveja, a cobiça, a traição, a vaidade, a fraqueza etc.
Bom, chega de divagações. Amor é amor, não se define apenas se sente. Não tenho a pretensão de defini-lo, deixo isto aos poetas que o fazem muito bem.
Quando o vi pela primeira vez fui arrebatada, fui nocauteada. O mais improvável aconteceu, logo eu que não acreditava que isso pudesse acontecer. Sempre fui muito racional, até mesmo no que se trata de sentimentos. Acreditava poder controlar tudo e até ali havia obtido sucesso.
Não acreditava e nem acredito em contos de fadas, em finais sempre felizes, por um lado sempre estive certa em não acreditar. Mas posso descrever o que se passou após o arrebatamento: os dias se tornaram mais leves, coloridos, um suspense diário a ser desvendado, horas e horas esperando por um simples telefonema, desejo incontrolável de ouvir a sua voz e uma contagem regressiva para o próximo encontro. O tempo é muito mais longo para quem está amando, os minutos, as horas, os dias se estendem como gatos preguiçosos na janela em um dia de sol.
O tempo é curto quanto estamos junto daquele que amamos, os minutos parecem ter menos de sessenta segundos, as horas parecem apenas poucos segundos e os dias resumidos em bem menos que vinte e quatro horas. O tempo é inimigo dos amantes.
Só entenderemos os versos de Camões – Amor é fogo que arde sem se ver... É dor que desatina sem doer... - se tivermos experimentado tal sentimento. Eu os entendo, mas não os explico. Não se explica o inexplicável, pois qualquer tentativa seria em vão, como já disse é preciso senti-lo.
Quando o tive pela primeira vez foi como se nada até então tivesse feito sentido, ou melhor, que o único sentido do antes, era ter sido a preparação para aquele momento. Passei a entender de química, a química que une dois corpos, olhos nos olhos, todos os sentidos apurados e preparados, a pele, o cheiro, o toque, a cumplicidade, o afeto, o carinho, adquiriram uma proporção imensa. Só quem ama entende o sentido completo das palavras imensidão e eternidade. Tudo ganha novas formas e buscamos a qualquer preço eternizar os momentos vividos, e os eternizamos na memória, onde nada e ninguém têm acesso a não ser nós mesmos.
Sei que deves estar se perguntando sobre a frase inicial – por amor renunciamos ao amor- como também já disse, nem todos os finais são sempre felizes, mas nem por isso deixamos de persegui-lo. Não há vida sem amor. Ele é o combustível que nos move. É a certeza de que não estamos passando por aqui à toa. É um “retrato lindo” que levamos conosco pela eternidade.
Não há espaço para o egoísmo quando se trata de amor, embora exista quem confunda amor com obsessão, amor com posse, amor com exclusividade. Não. Isso é o que chamamos de paixão. Paixão é uma doença da alma. Paixão causa descontrole. É vulcão em erupção. A paixão só é boa se tiver a pretensão de se transformar em amor.
Ao amarmos não estamos livres do sofrimento. Não há um antídoto contra os outros sentimentos nada nobres aos quais já me referi. Um dia descobrimos que o ser amado, assim como nós, também possui defeitos. Descobrimos que o mundo não é composto só por duas pessoas e que estamos cercados por outros interesses. Paixão. Egoísmo. Obsessão. Sentimo-nos encurralados. Lutamos, mas não forçamos o convívio. Amamos, mas deixamos o pássaro alçar outros voos. Sabemos que o voo será longo, será exaustivo. Poderíamos voar junto, gostaríamos de poupá-lo. Por amor voaríamos junto. Porém, é necessário que voe só. Continuamos voando sozinhos, voos rasantes e sempre retornamos ao ninho das lembranças, sempre retornamos ao que restou, resquícios de felicidade, parâmetro para reiniciarmos o nosso próprio novo voo.
Quando ele alçou seu voo o deixei ir. Necessitava ir. Os meus olhos o seguiram até desaparecer no horizonte e por algum tempo me mantive presa ali, asas aparadas, impedida de recomeçar. A natureza é sábia e tudo reconstitui. Renascemos mais fortes, tal qual a Fênix, mais preparados e amadurecidos, não deixamos de existir, não nos desfazemos do que acreditamos que seja certo e muito menos do que já vivenciamos, apenas emolduramos o bem precioso que foi.
Por amor renunciamos ao amor, por amor a nós mesmos, por amor a outra pessoa. Só quem já amou é capaz de entender. Não é uma renúncia definitiva, não desacreditamos. Não se pode desacreditar. A incredulidade é a bengala dos fracos.
Não espero pelo retorno do que já foi. Mesmo que voltasse, não seria mais o que era e o que era é o que ficou, e quem ficou já não é mais o que era. Costumamos atribuir isso à vida, às circunstâncias. Eu atribuo à evolução.
Sandra Lopes – 06/07/09
Apogeu
Minh’alma transcende, acende
Artista que sou
Luzes, aplausos
Sorrisos espontâneos
Mente fértil, vocabulário vasto
Meu apogeu.
Incompreensível, sensível
E o que dignifica?
Dane-se a estratégia
Quero mais, uma trégua...
Mundo insano de desenganos
Brindamos
Novas pessoas, nada ao acaso
Conversa que rola.
Música boa, a boêmia renasceu
Jamais esquecida, porém escondida
Em alguém que morreu.
E por falar em morte, que triste sorte
O cenário cedeu.
Engano seu!
Luzes mais fortes,
Este é o norte.
O que é loucura?
Nada se cura?
Certo ou errado,
Ilusão criada
Jamais convencida
É aqui que nasceu.
Não sou forte,
Apenas suporto
As dores trazidas
De vidas sofridas
Afinal quem sou eu?
Sandra Lopes – 07/03/09
Primeira postagem
Confesso que tenho este blog há algum tempo e cheguei a postar alguns de meus textos, mas fiquei enciumada. De repente muitas pessoas poderiam ler coisas minhas, comentar coisas minhas etc. Mas, 1 ano depois pensei: " e não é esta a intenção?"
Tudo começou com um desafio que lancei para uma turma de alunos, que escrevessem um diário e aí decidi compartilhar com eles um pouco de mim, ou seja, meus textos, poesias, pensamentos, desabafos, tolices... é, podem acreditar também sou tola, sonhadora, realista também e, principalmente, realista!
Tudo bem seus "pestinhas", aí está o meu blog. Podem entrar, ler, comentar. Ah! E deixem um comentário sempre que possível...
Beijos