Sempre que passa uma data comemorativa nos sentimos um pouco ressacados, há um bombardeio de sugestões, propagandas apelativas, imagens, associações... Não foi diferente com a data comemorada ontem: dia dos namorados. Nós solteiros, chegamos a nos sentir fora de contexto. Chegamos a pensar que a fórmula implacável da felicidade seria estar em pares. No entanto, se observarmos um pouco os casais que conhecemos, não aqueles que estão no início do relacionamento, mas aqueles que já vêm juntos por longa data, percebemos o quanto esta data os obriga, de certa forma, a terem gestos esquecidos, romantismo automático, clichês sugestionados pelas propagandas que a mídia reforçou cansativamente.
É um faz de conta que a rotina não massacra, que a palavra estúpida do dia anterior não machuca mais, que a grana não é curta e, corre-se às compras! Os comerciantes, sim, são muito felizes nesta época. Acredito que esta data seja uma data ingrata e já explico por que. Na obrigação de atender aos apelos da mídia nos sentimos obrigados a correspondê-la, ser o namorado ou a namorada perfeitos. Esquece-se que o modelo de perfeição varia de pessoa para pessoa, e de repente há um confrontamento das emoções. É, o dia dos namorados pode por fim a um namoro. Se percebe que o encantamento deste dia não sobrevive ao dia seguinte e dá-lhe rotina. E por falar no dia seguinte, 13 de junho, também rodeado de mistificações, poderíamos dizer que é o dia dos solteiros. É o dia dos que se deixaram impressionar pelo fato de não estarem com ninguém e se sentem como "peixes fora da lagoa", recorrem desesperadamente ao santo. Santo Antônio. Coitado. E o que eu digo: deixem-no em paz, ele deve já ter um peso demais sobre ele, o peso de ser um SANTO.
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