terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Salto alto e cinta-liga









Com tantos acontecimentos negativos no nosso dia-a-dia, mesmo que não estejam ligados a nós diretamente, nos sentimos como bichos acuados sem ter para onde ir. A pressão é grande, pois vivemos num mundo em que precisamos nos destacar de alguma forma. Precisamos ser os melhores no trabalho, no casamento, no grupo de amigos, na família, sem que, necessariamente sejamos cobrados. Está implícito.

Como manter a sanidade diante de tudo isso? Nós mulheres sentimos ainda mais na pele toda esta carga. Ainda hoje, temos que provar que somos inteligentes e competentes para disputar de igual pra igual com o sexo masculino o mercado de trabalho. Defendo que somos tão inteligentes e capazes quanto os homens. Mas, não é exatamente o que quero abordar.

A questão é que em algum momento deste processo de conquistar o nosso espaço, de alguma forma nos perdemos. Não estou supondo que devemos agir como as nossas avós ou até mesmo como nossas mães, as quais, muitas vezes, não tinham voz ativa nem na própria família. Refiro-me à alma feminina, que para mim, anda um pouco esquecida. A tal feminilidade caiu de moda. Vemos mulheres masculinizadas, não nos traços, mas nas atitudes. Não sei ao certo se poderia chamar de masculinizadas sem cair no conceito machista. Refiro-me à mudança de comportamento, de atitudes, da falta de delicadeza, dos traços gentis, da amabilidade.

Mesmo que a genética e até a própria história explique o comportamento masculino, o que não se justifica totalmente; concordo inteiramente com quem pensa que homens e mulheres devam ser diferentes, sim. Sermos diferentes não significa sermos dependentes. Sermos delicadas não significa que devemos ser “frescas”. Sermos amáveis não significa sermos otárias. Que fique claro.

O que me assusta, e acredito, anda assustando muitos homens também, é a forma forçada que muitas de nós queremos parecer “desencanadas”, moderninhas, independentes, não nos dando conta de que estamos dando um tiro no próprio pé. E dá-lhe seguir tendências de comportamento, de moda, de tudo.

Sem temer qualquer julgamento feminista, vou contra tudo isso. É, supostamente serei considerada antiquada. Porém, qual mulher não gostaria de se sentir protegida, amada, cortejada, e porque não, entregue aos cuidados do homem que ama ou venha a amar?

Não é à toa que muitos homens se sentem perdidos, sem atitude, sem iniciativa na tentativa de nos conquistar, pois, acredito eu, está muito difícil saber como agir para nos agradar.

Podemos ser pioneiras em muitas áreas, podemos lutar por direitos iguais, mas sem perder a ternura feminina. Não só podemos como devemos lutar por tudo isso, entretanto, não precisamos nos desfazer da nossa identidade. Não precisamos parecer mulheres fatais 24 horas por dia, não precisamos falar palavrões pra parecermos fortes, não precisamos nos vulgarizar em busca de companhia masculina.

Definitivamente, penso que, temos capacidade intelectual para fazermos tudo o que o homem faz, mas sem que dispensemos, metafóricamente, também, falando, o salto alto, a maquiagem e, porque não, a cinta-liga.









Sandra Lopes - Dez./2010

Um comentário:

  1. Olha, menina... Concordo em tudo... Um amigo meu, um tanto quanto Romântico.. Mais até mesmo do que eu.. e olha que ainda mando flores e etc... Uma mulher disse a ele...Fulano és muito educado e gentil e infelizmente não estou acostumada com isso e por isso não posso ficar com vc...quando ele me contou eu soltei uma gargalhada....cheguei a ser deselegante com meu amigo mas não resisti... e esse é o sentimento, um mundo quadrado onde os homens se tornaram gentis e as mulheres os seres brutos... nem todas, nem todos... mas... ADOREI o teu ponto de vista menina... E por falar em salto alto, e cinta - liga...tenho que admitir que é excitante ver uma mulher com tais vestimentas...Uau... risos.

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