Acordei com o reclame abafado das minhas gavetas e do meu coração. -Livre-se do supérfluo! -Se desfaça do que estás carregando desnecessariamente! Bem que tentei continuar ignorando a súplica, mas eles tinham razão. Vesti-me de coragem e investi na árdua batalha do desapego. Entre coisas insignificantes e outras de enorme peso sentimental fui me desfazendo um por um, com a despedida fúnebre que cada objeto, com sua representatividade, merecia. Reli cartões, cartinhas, recados, entrelinhas. Senti o cheiro da época feliz mas que me tornara triste, e se me tornei triste foi pela não aceitação do fato de que tudo um dia acaba.
Suspendi por anos a tarefa de me desfazer de certas bagagens que carrego comigo, empilhados de papéis e lembranças. Evitei o máximo de tempo que podia evitar, ou que, negligenciosamente evitei. Tenho dificuldades em me desfazer de objetos, papéis, cartões, livros, exercícios, sempre penso que posso necessitar deles em alguma emergência.A medida que aliviava a carga material das gavetas e da estante fui me dando conta do quanto aquilo era imprescindível ser feito; com isso havia aberto vaga para novas situações, novas emoções, novas recordações, para as quais não estava dando espaço.
Nada a lamentar a não ser o tempo desperdiçado ao negar o chamado dos compartimentos cheios e de um coração disposto a se arriscar de novo, mas que precisavam estar limpos e preparados para novos estoques emoções. De alma renovada sigo... o que foi passou, o que virá se tornará especial, até que um dia se acabe.
Sandra Lopes - 10/05/2011


Uauuu...acho q todos deveriam fazer essa faxina... Faz bem para alma... Parabens!!!
ResponderExcluirSó podemos conhecer o novo se nos despirmos de velhos preceitos.A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro. Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito. Jamais haverá ano novo, se continuar a copiar os erros dos anos velhos...
ResponderExcluirhaha é engraçado o que o Anônimo diz, parte eu discordo e me dou o direito de discordar desse interessante ser do anonimato, se pararmos para pensar nesse paradoxo que é o tempo... O futuro não existe e o passado foi, existe o presente e é aqui que as coisas acontecem... (pensem juntos no presente) e verão que o futuro pode ser, o passado foi mas é aqui que as coisas são sentidas...aprendidas e amadas!
ResponderExcluirCaro amigo, concordo que é aqui que as coisas acontecem, que sentimos, amamos... entretanto se faz necessário lembrar que é preciso sonhar, e juntos contruir um presente exatamente como a palavra diz, PRESENTE, DÁDIVA. O que seria da vida sem a magia do sonho, da busca de um ideal, de um amor puro e verdadeiro, sem mentiras, sem enganos, sem verdades que não foram totalmente ditas? Sim é aqui que as coisas acontecem, mas não se pode simplesmente escrever um destino em cima de um teto de vidro sem antes se certificar que estará seguro, e não machucará ninguém!
ResponderExcluirQue venha o novo...