segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ou isto ou aquilo - Cecília Meireles

Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!


Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.


É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.


Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.


Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

Ou isto ou aquilo, Editora Nova Fronteira, 1990 - Rio de Janeiro, Brasil


Desde pequena este poema da Cecília Meireles me encanta, pois com palavras simples ela traduz a complexidade que é viver. A vida e suas escolhas. Nós na vida com nossas escolhas. E, na minha inocência infantil não tinha noção da grandiosidade das ideias contidas nestes versos.

A vida é feita de escolhas, conscientes ou inconscientes. Somos frutos das nossas escolhas, sim. Somos o reflexo das nossas boas ou más decisões. Até o ato de abster-se é escolha.

Incrível é o fato de eu ter perdido todo o texto que havia escrito na tentativa de convencê-los. Dessa forma, por não acreditar em acasos, escolho ocultar meus argumentos.






Um comentário:

  1. Nossas escolhas nunca são erradas, nada é por acaso...

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