quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Reticências

Nem sempre as palavras saem voluntariamente. Muito se tem a dizer, a convencer, a entreter, a dividir. No entanto, há um cansaço, um desgaste. Não há o que justificar. Entenda como quiser e, ponto. Final. O final pode ser o início de um entendimento, de um tratado de paz, de uma trégua.

Não há temor de julgamentos. Entenda como queira ser entendido. Por vezes há uma urgência, um apelo, um grito, os verbos saem voluntariamente. Não há muita preocupação com a estrutura, com a retórica. Tão fácil analisar, tão simples criticar, tão banal ferir, tão difícil compreender o que se passa além das palavras.

Tudo o que se escreve pode não ser a expressão precisa do que se é, as palavras camuflam, enredam, traçam um trajeto obscuro entre o pensar e realmente ser o que se pensa. Note: foi usado o verbo PODE, o que é altamente significativo.

O apelo fora feito, os pensamentos foram lançados ao mar aberto, águas limpas e calmas, tão expostos e fáceis de serem compreendidos. Há um tratado de paz pessoal. Maresia. Calmaria, apesar da complexidade da exposição em 3ª pessoa - que sou!

O poder da verdade é exclusividade de cada um? Cada um com a sua? Aferre-se a ela, defenda-se. Aproprie-se das mentiras, tão tuas também. Seja autêntico, sem contradições. Aproprie-se, se desfaça do supérfluo e veja o que resta, pesa, calcula e siga em frente com a essência do que realmente és.

Entenda como quer ser entendido. Ouça como quer ser ouvido. Duvide, é um direito que tens. Questione sem esperar precisão nas respostas. Analise, critique, interprete. Nem tudo é como parce ser. Entenda como quiser e, ponto. Final.




Sandra Lopes - Janeiro/2011

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