domingo, 3 de julho de 2011

Subjetividade exposta

Silencio-me, quero escutar os ruídos de minha alma. Há momentos de que necessito me distanciar do externo para atender e entender aos apelos internos, que não são poucos. 

O silêncio, que para muitos é inimigo, trago como aliado em horas de confusão. Olhar para si, olhar para dentro, nem sempre é fácil, nos confronta com nós mesmos e essa é uma das batalhas mais reais. 

E, nesta batalha que é viver, confronto os meus medos, meus sonhos e desejos mais profundos. Me revelo  sonhadora, romântica, donzela na torre à espera do príncipe, submissa, idealizadora ou, até mesmo, fera, leoa, devassa, vingativa e por que não um pouco cruel. Serei o que despertares em mim, podendo ser tudo isso ao mesmo tempo. Sou um cardápio variado de sentimentos, mas muito firme nas minhas convicções. Não, não há motivo para preocupações sou transparente como água saindo da nascente. 

Valho-me mais uma vez das palavras de Martha Medeiros neste momento de introspecção, não é ousadia citá-la, mas, sim, uma demonstração da grande admiração que tenho pelo que ela escreve:

  PEDAÇOS DE MIM

Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos


Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão


Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci


Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante

Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir, para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.

Sandra Lopes - 03/07/2011

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