Sempre penso em como eu agiria caso tivesse nascido homem. Penso nisso em relação às relações afetivas, pois acho que para o sexo masculino é bem mais fácil, ou, pelo menos, não complicam tanto. Será?
Nós mulheres sofremos, idealizamos, torcemos, choramos (e muito), vibramos, fazemos cenas dignas de Oscar, mas, enfim, vamos ficando ressabiadas com cada decepção. Talvez nos tornamos um pouco homens no estilo de pensar. Será?
Talvez o problema esteja na idealização. Idealizamos a relação perfeita, atitudes gentis, cavalheirismo, romantismo, companheirismo, uma série de características tão incomuns na atualidade. Será que estamos querendo demais?
Os tempos mudaram, eu sei. Porém, certos valores não deveriam mudar. Toda mulher espera ser amada, desejada e, principalmente, respeitada. Ter os sentimentos respeitados é a maior prova de amor que o homem pode dar e, vice-versa.
Caso fosse homem, dispensaria cantadas vulgares e sem graça, não sumiria do nada depois de tanto ter insistido por um encontro, não contaria vantagens aos amigos e a ninguém, quem é realmente bom não precisa alardear. Não despertaria paixão se não tivesse intenção de corresponder. Dividiria alegrias e tristezas sem achar que isso é fraqueza. Dançaria juntinho, faria com que a mulher se sentisse especial e única, me preocuparia em ter um bom papo, nós mulheres, não nos apaixonamos por um tríceps, abdomen definido etc e tal, nos derretemos, sim, por atitudes concretas, pelos olhos nos olhos, pelo coração aos pulos, pela honestidade...e muito mais.
As mais pessimistas dirão ao ler este texto que não existe homem assim. Outras dirão que eu seria um homem banana. E terá quem diga que seria gay. Fatalmente me perguntarão: em que mundo você vive? Depois de todas estas opiniões eu me perguntarei (chateada) o problema está realmente nos homens? Será?
Sandra Lopes - Agosto de 2011